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A contradição do discurso da esquerda sobre a vacinação obrigatória e a internação compulsória


Por Ramiro Rosário, vereador em Porto Alegre


Apoio ou indignação seletivos por parte da esquerda não são surpresa para ninguém. Contudo, chega a ser cômica a forma como se contradizem em determinados momentos. Muitos dos que hoje comemoram a decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou constitucional a imposição de medidas restritivas a quem recusar a vacina contra COVID-19, não pensam duas vezes antes de demonizar propostas de internação compulsória de viciados em entorpecentes, mesmo os fundamentos sendo similares.


A liberdade é um direito individual precioso, que devemos exercer com consciência e responsabilidade. De acordo com os ministros do STF, ninguém deve ser forçado a tomar nenhuma vacina. Quem não confia ou prefere aguardar a aprovação de outras vacinas, pode esperar. Mas o direito à saúde e à vida do outro não pode ser violado, de modo que medidas sanitárias podem e devem ser impostas para evitar que pessoas não imunizadas exponham as demais ao vírus. Medidas estas que já existem e nunca geraram controvérsia até aqui, como no caso da necessidade da vacina contra a Febre Amarela em alguns territórios. Precisamos lembrar que há aqueles que não poderão ser vacinados, por alguma alergia ou outro fator, bem como grupos de risco, como idosos, para os quais os efeitos da vacina são reduzidos.

"Eu, particularmente, tomarei a vacina, mas defendo o direito daqueles que não querem tomar. Minha mulher, que está grávida, não será vacinada enquanto estiver amamentando nossa filha que nascerá em março. Essa é a decisão da nossa família e deve ser respeitada."

A mesma regra valeria para a internação compulsória, mas por se tratar de pauta sensível para a esquerda fã da cracolândia, vemos um certo contorcionismo argumentativo para evitar que propostas sobre o assunto avancem. Assim como no caso da vacinação compulsória, o viciado até tem a escolha de se manter numa situação de vulnerabilidade física e psíquica, desde que não comprometa a integridade e/ou patrimônio de outrem. No momento em que comete crimes ou agride pessoas para satisfazer seu vício, ele abre mão da liberdade responsável. Ademais, se considerarmos as consequências psicológicas do abuso de entorpecentes, já estamos diante de alguém que abriu mão de exercer sua liberdade de forma consciente.


Todas as liberdades existem com a finalidade de resguardo da vida humana. A liberdade de empreender, de culto religioso, de pensamento e tantas outras servem como garantia para que cada pessoa busque seu espaço e sua felicidade por méritos próprios. O bem maior a ser preservado, portanto, é a vida. Infelizmente, muitos viciados em drogas como o crack perdem sua personalidade e a capacidade de entendimento do mundo a seu redor, colocando a sua vida e de outros em risco.


A liberdade plena só pode ser exercida onde há consciência e responsabilidade. Se você não é capaz de se autodeterminar em face de alguma patologia, ou do consumo patológico de alguma substância, lhe falta consciência. Se você assume o risco de atingir a esfera individual de direitos de outras pessoas com suas ações, lhe falta responsabilidade. A democracia e a vida em sociedade nos asseguram o exercício de nossas liberdades, mas também nos exigem respeito às dos outros.

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